Luiz Felipe Arruda
Formando dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada
e graduando de Filosofia da PUC – CAMPINAS.
Engraçado, este título muito me chama a atenção. O mais engraçado ainda é que eu, na condição de jovem e na busca da vida religiosa não sei o que responder com exatidão. Será que Cristo é um Deus distante de nós? Será que ele é nosso juiz?
Nós vivemos em uma sociedade onde convenções nos rodeiam e nos domi-nam. Padrões foram estabelecidos para o que é bom e para o que é ruim. Mas, al-guém nos perguntou o que nós achamos disso? E se eu quiser viver a minha vida do meu jeito, qual é o problema? Ora, é necessário algo mais que um simples artigo para responder a essas perguntas.
Quando vejo jovens nas drogas, no álcool, na prostituição, penso comi-go: Deus está com eles e os ama. Triste do ser humano, que usa as Palavras do Se-nhor para acusar e excluir um dos seus filhos. Próximo ao lugar que eu hoje moro, Sumaré – SP. Existe uma grande praça em um bairro chamado Bom Retiro, que aos fins de semana os jovens de todas as partes do bairro reúnem-se. Jamais em minha breve vida, vi tantos reunidos na rua para beber e usar drogas. E eu me pergunto por que eles estão lá? Será que se houvesse um lugar melhor que favorecesse a sua for-mação pessoal eles estariam mergulhados neste mar negro que é o vício? Entristece-me o coração de ver pessoas que se dizem cristãos, a favor da redução da maioridade penal. Jogar jovens com 16 anos em uma cadeia é tratar o efeito e não a causa. Ama-nhã reduziremos para 15, 14, 13 e assim por diante. Jesus veio para dar vida e vida em abundância (JO 10,10). Jesus é o Deus da inclusão que cura e que liberta. Se não é pelo amor que conquistaremos estas pessoas, pelo moralismo e por severas puni-ções é que realmente não será. Apoiando esta redução seremos a favor de mais um sinal de morte na vida da juventude.
É lamentável saber que, tantos jovens destroem as suas vidas com esses si-nais de morte, sim é lamentável! Mas tudo é um processo gradual. O ofuscamento da visão se deve a duas coisas: à passagem da luz para a obscuridade, e à passagem da obscuridade para a luz. Eles precisam aos poucos saber o sentido de seguir ao Bom Pastor, que acolhe e que cuida das suas ovelhas, para de fato seguir a sua voz.
Mas como entra o seguimento de Cristo nessa história toda? O papa João Pau-lo II dizia: “A igreja só será jovem, quando os jovens forem igreja”. Ser igreja é ter vida. É não se afastar do mundo. O jovem não pode ser um ser isolado, um marciano no meio da sociedade, muito pelo contrário. O jovem deve ser testemunha do ressuscita-do onde estão, na escola, na faculdade, no shopping, no bar. (e não quero aqui jamais fazer apologia ao vício). Jesus é o Senhor da alegria. Não podemos ser jovens tristes, pois a nossa meta é ser feliz em qualquer situação que estivermos, pois esta com cer-teza é a vontade do nosso Senhor e Mestre.
Jovens, sejam sinais do amor de Deus. Façam a diferença. Como dizia Paulo Freire: “Estreite os caminhos entre o que se fala e o que se pratica, de modo que você só fale aquilo que pratica”. Seja luz e não trevas. Tenha uma alma de luz a ponto de ver o que é bom, e o que é útil para o Reino de Deus nas pessoas. Ser jovem é saber viver a vida. Viver muito não é alcançar longos anos, isto é apenas existir muito. Viver é aproveitar as fazes, como se não houvesse outro raiar do dia. Aprenda jovem, a aco-lher e não excluir, esta com certeza seria a atitude de Jesus. Vivam e sejam diferentes onde vocês estão, pois os argumentos convencem, mas o testemunho é o que arrasta. Seja motivo de conversão na vida dos irmãos que não vivem o seguimento de Jesus.
Deixo, por fim, meus queridos irmãos uma mensagem baseada na frase de um filósofo alemão que inclusive não acreditava em Deus e foi um grande crítico da reli-gião, seu nome é Feuerbach, e ele dizia: “A Trindade divina é a razão; a vontade e o amor”. Pois então, que as suas atitudes sejam baseadas na razão, com a vontade de mudar e deixar-se mudar impermeadas de puro amor. Que este amor que brota do coração do nosso Deus seja o nosso combustível para lutar pela vida dos nossos ir-mãos e de mostrá-los qual o verdadeiro gosto e o verdadeiro sentido de seguir a Jesus.
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